Lomadee

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Trilha Sonora: Django Unchained



Para que serve uma trilha sonora? Para musicar um filme, documentário, às vezes como um pano de fundo, enfatizando as emoções do momento, às vezes contando o que a cena oculta ou o que o personagem não diz. Uma boa trilha sonora é aquela que consegue fazer isso e ainda ficar na cabeça do espectador do filme.

"Django Unchained", mais recente filme de Quentin Tarantino, é por si só um filme forte e marcante. Não é preciso ser fã de Tarantino para reconhecer sua mão e criatividade no longa. Ele costuma deixar sua marca na trilha sonora também.

Entremeada por curtos diálogos - sete, ao todo - retirados do filme, a trilha faz lembrar cenas e passagens e funciona como um resumo da saga do escravo que tem seu momento de revanche - para simplificar o que baseia "Django Unchained", para quem ainda não viu.

A trilha traz uma mistura de estilos, mas é fortemente apoiada nas trilhas do faroeste spaghetti - que aqui a gente chamava de Bangue-Bangue à Italiana. Por isso, Ennio Morricone, compositor e maestro italiano que ficou famoso por fazer música para esse tipo de filme tem quatro faixas na trilha. "The Braying Mule" e "Sister Sara's Theme", por exemplo, são da trilha de "Two Mules for Sister Sara", estrelado em 1970 por Shirley MacLaine e Clint Eastwood.

O argentino/italiano Luis Bacalov também aparece mais de uma vez na trilha. Uma delas é com a bela balada do 'mocinho', "His Name Was King", que originalmente ilustrou a história de John 'King' Marley, personagem do filme de Giancarlo Romitelli, lançado em 1971.

A trilha é uma miscelânea: há faixas que estão lá por sua beleza, como "Nicaragua" - cujo título traz o questionamento: O que a Nicarágua tem com a escravidão de negros nos EUA? O filme do qual foi retirada é de 1979 e fala da revolução na Nicarágua, com Nick Nolte e Gene Hackman no elenco.

Já "Ancora Qui", música de Morricone cantada pela italiana Elisa, foi feita para o filme. A isso, Tarantino e Mary Ramos - que supervisionou a trilha - resolveram adicionar John Legend, com a original "Who Did That to You?", e o rapper Rick Ross, com a contundente "100 Black Coffins". Essas três faixas, mais "Freedom", são as inéditas do álbum.

Detalhes como o chiado de disco de vinil - as músicas vieram da coleção de discos do diretor, não foi solicitada uma versão remasterizada - fazem a trilha ter um ar meio empoeirado, como as cenas do filme. Como trilha sonora, a coleção de músicas é perfeita.

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